ILha; para nós esta ilha evoca um lugar de união, um espaço para tecer uma ligação profunda entre as pessoas e a sabedoria da paisagem. Um lugar para a criatividade e para a bondade.
Somos um coletivo de pessoas que se apaixonaram pela diversidade da natureza no vale da Serra da Gardunha e que querem salvar uma ilha de terra selvagem, colocando-a ao serviço da ligação vital entre humanos e Terra. Em junho de 2025 soubemos que estes 24 hectares de terra estavam à venda e que o objetivo dos promotores era transformar este refúgio natural numa zona de agricultura intensiva.
Este terreno é lar de uma diversidade de antigas árvores nativas, um rio, ruínas e uma profusão de vida natural. É um recurso fundamental para o equilíbrio, o ritmo e a abundância de toda a área. Juntámo-nos com a missão de proteger a beleza e a dádiva que lugares como este representam para o ecossistema, o património cultural e a vitalidade humana.
A nossa visão é a seguinte: salvar a terra do seu destino anunciando e, em vez disso, criar uma Escola Rural de Artes, cujo ensino seja baseado na sabedoria da terra e numa abordagem holística ao artesanato e ao bem-estar.
Criar a Floresta do Povo, que permita às populações locais, de todas as origens e gerações, a oportunidade de se nutrirem e aprenderem as histórias da sua paisagem.
Uma vez comprada, a terra será doada a uma associação, que a manterá para sempre ao serviço desta visão, do ecossistema local e da comunidade.
A voz do coração
Temos os professores, os cuidadores e as competências para realizar esta visão. O prazo limite para a angariação dos fundos necessários para a aquisição da terra e tornar este sonho realidade é a Primavera de 2026.
A história da árvore
O que agora partilhamos foi-nos comunicado através dos lamentos de um sobreiro, firme e nobre como um pastor desta terra selvagem. Primeiro ouvimos a mensagem de que algo estava a mudar naquela terra. Após investigarmos junto das autoridades locais competentes, descobrimos que o terreno, que estava na mesma família há mais de 100 anos, se preparava para ser vendido a promotores com o objetivo de instalar uma exploração intensiva de cerejeiras, arrancando as árvores e as rochas nativas da sua paisagem natural, afetando os lençóis freáticos, o rio e, na realidade, todo o ecossistema. Obtivemos o contacto dos proprietários e telefonámos-lhes. Explicaram-nos o plano. Ainda com o chamamento das árvores a ecoar nos nossos corações dissemos: “NÓS vamos comprar esta terra.” Assim, tão claro como um dia cheio de Sol. A árvore então explicou-nos que esta terra estava destinada a tornar-se uma Escola Rural de Artes e uma Floresta do Povo, um lugar onde as pessoas contribuem para uma paisagem que se mantenha viva para as gerações vindouras. Escrevemos tudo e, com estas mensagens nos nossos corações, encontrámo-nos com os proprietários. Eles apresentaram as suas ideias para a venda, mas nós sugerimos: “E se transformássemos a terra numa Escola Rural de Artes?”
Profundamente comovida, a família respondeu que o sonho do pai sempre fora criar uma escola de artes – ele era amigo do poeta Eugénio de Andrade.
“Vocês ouviram a energia da terra”, disseram-nos.
Sabendo que a sua função de mensageira estava cumprida, a árvore então
silenciou-se. Nós formámos um coletivo para estar ao serviço do que tínhamos ouvido e levar por diante esta missão.
“A palavra, como disseste uma vez, vem
húmida dos bosques: devemos plantá-la;
vem húmida da terra: devemos salvá-la,
vem com as andorinhas.”
Eugénio de Andrade
Círculo fundador
Isik Sayarer apaixonou-se pela terra do vale, pelos seus vastos céus e pelo sentido do tempo. Escuta os seus ensinamentos e incorpora a sua sabedoria no seu trabalho e na sua vida. Passou 20 anos como artista, a criar experiências e histórias com comunidades e indivíduos. Histórias e ensinamentos que convidam a um sentido mais profundo de pertença a cada um de nós e ao mundo que habitamos. Histórias que abrem o coração ao encantamento, à maravilha e ao mito.
www.altantepepath.com
Craig Bamford acolheu esta paisagem como casa, chamado pelas margens selvagens, pelas rochas, pelas águias e pelo sentido de um tempo fora do tempo. Passou a sua vida como criador, explorando a forma e o lugar sagrado, em madeira, no metal e também através do seu trabalho como arquiteto. As suas investigações sobre formas curativas e espaços harmoniosos são estimuladas pela escuta do sentido do lugar e pela sabedoria dos ancestrais.
www.sasaworks.co.uk
Bruno Ramos foi atraído para esta aventura através do chamamento de pessoas que pertencem ao círculo nutridor da sua alma. Tem mais de 30 anos de experiência em comunicação, atividades socioculturais e desenvolvimento regional em contextos rurais. Acredita na emancipação individual e social, bem como em níveis intermédios de autonomia. Os encontros na terra da Ilha Selvagem ressoaram profundamente dentro dele e ofereceram uma visão muito clara do caminho a seguir.
A Associação White Stone é uma organização sem fins lucrativos, responsável, entre outras iniciativas, pelo Monte dos Carvalhos, uma quinta em permacultura. Emma Leite e Barbara Cowan são as residentes permanentes desde 2006, vivendo de forma monástica ao lado de animais, plantas e árvores. São praticantes e professoras de construção natural, princípios de permacultura e práticas regenerativas, remédios herbais, oração e diálogo intercultural. Acreditam que as ligações, experiências e colaborações permanecerão na memória desta paisagem muito depois de partirmos!
www.mountofoaks.org
Francisco Amaral (Chico) chegou ao vale como quem regressa a casa. Enraizado nesta terra, escuta os seus sussurros e caminha ao serviço da co-criação de uma visão coletiva — onde as sementes da ética, da comunidade e do amor crescem da ação local para a transformação global. Nos últimos 15 anos, a sua peregrinação levou-o a descolonizar as suas raízes em Engenharia do Ambiente, através dos ensinamentos da Permacultura, da Ecologia Profunda, da Comunidade e da Prática Espiritual.
Katarina Sidova cresceu com os avós numa pequena aldeia da Eslováquia, rodeada de belas montanhas, despertando um amor profundo pela terra, pelas florestas e pelos animais. É mais feliz quando sobe às árvores e suja as mãos na terra. As suas competências organizacionais e o gosto por ligar pessoas dão-lhe alegria. Acredita que a magia acontece quando nos juntamos e criamos ligações na natureza.
Elaine McLaughlin tem um lema: “EU SOU Terra e a terra somos nós”. Algo que os nossos ancestrais sabiam e algo a que devemos regressar, num momento em que a humanidade se afasta cada vez mais de quem é. Elaine traz consigo a aprendizagem da sua vida, o seu humor, a sua poesia e o seu espírito infantil e selvagem para ajudar este projeto mágico a florescer. Sente que o chamamento deste lugar quer recordar-nos essa ligação e tecer novos fios.
Anthony Ussher é amante dos prazeres simples e da beleza da vida. Prazeres que, para ele, regressam sempre à saúde do solo. Se o solo está em harmonia e prospera, então todo o nosso sistema corporal e o mundo prosperam. Como cuidador do solo, alquimista da cozinha e guardião da terra, Anthony traz vitalidade e cura através das suas muitas ofertas.
Comunidade de ensino; um círculo internacional e cada vez maior de praticantes:
Alberto Duman, Artes e futuros
Filipa Gambino Narrativa através do cinema
Alberto Balazs, Cinematografia e artesanato de imagens
Chris Gabe, Design de comunidades, carpintaria
Nancy Fuller Wild clay ceramics
Sara Kelly Tecelagem e têxteis
Marta Ramos música e poesia vindas do coração