A Floresta do Povo será plantada e cuidada enquanto património coletivo e intergeracional. Um lugar para tecer histórias e construir comunidade. Um lugar de união, sonho e amparo. Um lugar para reforçar a ligação entre pessoas e natureza, numa terra comum e estimada.

Esta terra já é lar de um amplo e diverso ecossistema florestal, onde habitam aves de rapina, rouxinóis, poupas, papa-figos, bútios-vespeiros, milhafres-reais, águias-cobreiras, veados, cobras e javalis — enfim, uma abundância de vida natural. Este terreno é um recurso essencial para manter o equilíbrio e o ritmo de toda a região. Ao criarmos a Floresta do Povo, ela ficará ao serviço desta beleza e reforçará o contributo que lugares como este oferecem ao ambiente, ao património cultural e à vitalidade humana.

História da terra

Cultivar e cuidar as ecologias
A Floresta do Povo tornar-se-á uma paisagem viva, um lugar-modelo onde humanos e natureza prosperam. Cuidaremos da terra semeando uma visão que envolve os elementos primordiais da floresta, como os cursos de água e todos os seres que nela habitam — cultivando um território profundamente mais fértil e diverso. Um lugar de vitalidade e diversidade. Convocaremos as vozes dos Guardiões da Terra para construir alianças duradouras e radicais com o ecossistema. Uma semente de inspiração para as gerações vindouras.

A cultura como ativismo
Estas ecologias do cuidado terão a comunidade local no centro, criando em conjunto espaços de encontro e colaboração. O sentimento de reverência por estar com e dentro da floresta promoverá a mudança ambiental e cultural.



Descobrir histórias, tornar-se mito
Sente-se a vida da paisagem nas suas histórias — e uma delas é a da Rocha Tartaruga, aninhada numa clareira de carvalhos. É um dos muitos encontros mágicos que já tivemos e que se entrelaçam no território da Floresta do Povo. Em muitas culturas, a tartaruga representa o universo, uma cosmologia em si mesma. A Rocha Tartaruga convida-nos a contemplar profundamente a qualidade da harmonia e do tempo. Recebe-nos na paisagem e abre-nos o coração para a sua teia de histórias.

A sabedoria local
O Vale da Serra da Gardunha, entre as aldeias de Alpedrinha e Póvoa de Atalaia, é hoje uma paisagem única e diversa. Nela persistem ainda pequenas explorações agrícolas, que guardam a sabedoria de uma vida próxima da terra. A Aldeia Histórica de Monsanto fica a Oriente e, para Ocidente, a Aldeia Histórica de Castelo Novo. As raízes e lendas ligadas à montanha evocam refúgio, segurança e proteção.

Nesta paisagem, sob o olhar protetor da Gardunha e o esplendor dos céus noturnos, coexistem plantas, animais e humanos, originando práticas antigas, como a pastorícia. É uma terra com raízes sagradas e criativas, atravessada por dois percursos pedonais: um caminho que liga às veredas da Serra da Gardunha e mais além; e outro em homenagem ao poeta Eugénio de Andrade, cuja poesia nasceu neste território.